outubro 05, 2012

“A obra literária se completa quando nós completamos a sua leitura”, diz Ortega y Gasset


Acima, o vídeo de minha palestra sobre o livro que acabo de lançar: Muita retórica – Pouca literatura (de Alencar a Graça Aranha). Olavo de Carvalho diz, com acerto, que “a crítica literária é a primeira disciplina filosófica, porque a crítica é a expressão intelectual mais imediata da própria experiência literária”. E a experiência literária, por sua vez, nada mais é que uma abertura à variedade da experiência humana. Ler literatura, portanto, é alargar a imaginação, ampliar nossa visão sobre as possibilidades da existência, inclusive sobre as possibilidades éticas ou morais da existência. Se entendemos a literatura assim, então a função do crítico é mostrar essas possibilidades, tomar o leitor pela mão e mostrar a ele um dos inúmeros caminhos possíveis. Para fazer isso, ele precisa recusar a arrogância epistêmica e o monismo de julgamento que imperam hoje. Ele deve ler a obra literária perguntando também até que ponto ela realmente responde ao que pretendeu ser, se ela realmente consegue ser uma estrutura coerente.

3 comentários:

Anônimo disse...

muito bom! bendita internet que nos traz conteúdo de verdade. deu vontade de comprar o livro.

digo disse...

Obrigado!

Shakermaker disse...

Olá Sr Gurgel,gostaria de parabenizar pela palestra, comprarei o livro assim que possuir recursos e o curso também.

Sou estudante de direito no interior de Mato Grosso, vi sobre seu trabalho no MSM, website que acompanho há mais de 5 anos bem como as publicações de Olavo de Carvalho que também leio desde adolescente (conto hoje com 22 anos).

Gostaria só de fazer algumas observações a respeito de dois comentários feitos pelo Sr. no video, sendo sobre o metodo que deve ser utilizado para uma correta crítica literaria, e é claro sobre os criticos envergonhados.

Bem primeiramente sobre o método gasseniano que o senhor utiliza tenho a dizer que concordo plenamente em seu uso. Proceder a analise de uma atividade tão complexa e que representa a meu ver a essência do ser humano só pode ser feita corretamente fazendo-se uso das "ferramentas espirito humano". O resto é "verniz onírico" como o sr. mesmo disse. Pois bem traço aqui o paralelo entre o uso desse método em outra ciencia especulativa, a economia, temos como exemplo de grande téorico que se valeu do mesmo método o economista Ludwig Von Mises, téorico da escola austríaca de economia, que defendia que para uma compreensão da economia, deveria o estudioso se valer destas ferramentas, pois seria a economia uma atividade ligada a elas. E é incrivel a habilidade com a qual Von Mises descreveu regimes politicos e ecônomicos e profetizou situações que se concretizam nesse período da historia, podemos acessar sua obra através do website: (http://mises.org/) mantido pelo serissimo instituto que leva o nome do professor.

Continuando, sobre a atual situação da critica literária brasileira, especialmente os "criticos envergonhados", essa cortesia hipócrita tomou conta de toda a sociedade, se institucionalizou. Vemos uma classe pensante que somente se acomoda nessas ideologias, não se levantam ao debate, que é a missão do intelectual, e somente avacalham com quem pensa diferente.

Continue o ótimo trabalho, que Deus lhe ilumine sempre.