abril 29, 2010

“Wilson Martins nos legou uma atitude ética”

Agora é Luís Antônio Giron, da Época, quem fala sobre o artigo de Flora Sussekind. Na opinião do crítico, a ensaísta assumiu o “papel de carrasca exumadora de cadáveres”. E ele completa: “Não compreendo ela chutar um crítico morto, que é pior que um cachorro morto neste país que odeia quem aponte erros, quem denuncie ideias, quem leia com atenção”. Na opinião de Giron, Wilson Martins “foi um exemplo ético a ser seguido por qualquer pessoa que queira se devotar ao estudo da cultura”.

Ao lado de Affonso Romano de Sant'anna e Deonísio da Silva, Luís Antônio Giron forma o solitário trio de intelectuais que, até agora, demonstrou coragem e caráter para se contrapor ao mandarinato da crítica literária brasileira.

abril 28, 2010

A arte de escrever

Começa hoje o curso “Em Busca da Prosa Perdida - Fundamentos e Possibilidades da Arte da Escrita”, ministrado on-line pelo escritor Antônio Fernando Borges. Acabo de assistir à Aula Zero e me parece uma ótima oportunidade para todos aqueles que desejam utilizar a língua portuguesa não só como instrumento de comunicação, mas principalmente como “arte da expressão e da tradução de ideias em palavras”.

Hoje, quando a língua portuguesa é ultrajada do mais alto dignitário do país até alguns novíssimos escritores – que tentam esconder sua insegurança e sua negligência em relação à língua citando ambíguas teorias estéticas –, um curso com tais objetivos precisa ser recebido com entusiasmo e otimismo.

abril 27, 2010

“Jamais discordou de Wilson Martins quando ele era vivo”

Depois de Affonso Romano de Sant'anna, hoje foi a vez de Deonísio da Silva rebater o panfleto de Flora Sussekind. Segundo o escritor e jornalista, Sussekind

“perpetrou várias indelicadezas e equívocos no caderno 'Prosa&Verso' de O Globo (24/4/2010). Não apenas com o que disse, mas com o que costuma silenciar, pois ela deve conhecer a qualidade de livros e autores que omite em suas pesquisas. Como disse Eduardo Portella, 'o silêncio é aquilo que se diz naquilo que se cala'.

O pior de tudo é que jamais discordou de Wilson Martins quando ele era vivo. Em cima de seu caixão, com o profissional morto, ela, não só desanca sua obra, como ainda fala mal de quem falou bem do crítico [...]”.


O que posso dizer? É a ética dos mandarins da crítica literária nacional.

abril 26, 2010

Ódio esquerdista

Affonso Romano de Sant'anna está certíssimo: o artigo de Flora Sussekind, publicado em O Globo, no último sábado, não passa de uma "metralhadora alucinada e giratória". Nada surpreendente quando se trata dos esquerdistas, peritos em autoritarismo e processos de limpeza ideológica. A impressão que se tem, ao final da leitura desse texto rançoso, cheio dos jargões e da sintaxe confusa que parcela da crítica literária brasileira adora usar, é de que terminamos de ler o libelo acusatório de um tribunal stalinista. E ainda há quem siga, de olhos fechados, esses inquisidores-mores!

abril 05, 2010

O ingrato trabalho do tradutor na lusofonia

Desidério Murcho, que não passa uma semana sem publicar comentários instigantes no blog Crítica, escreve hoje um ótimo texto em defesa de Denise Bottmann e sua corajosa campanha contra o plágio de traduções no Brasil. Levando o problema para o âmbito dos países de língua portuguesa, sem excluir Portugal, Murcho acerta na mosca: “na lusofonia, o tradutor não é considerado um autor, o que é inaceitável. Os nomes dos tradutores de países culturalmente mais sofisticados vêm na capa dos livros, e os tradutores têm direitos intelectuais sobre a sua tradução: são co-autores, juntamente com o autor original. É um trabalho intelectual criativo, único, irrepetível. E que dá muito, muito trabalho, para ser bem feito. É inaceitável usar o trabalho de um tradutor, eliminando-lhe o direito de autoria”.

Aos interessados em acompanhar o debate, sugiro que leiam o blog de Denise, Não gosto de plágio, e, caso se sensibilizem com sua causa, assinem o Manifesto de Apoio que conta com quase três mil assinaturas. Como já afirmei aqui em outras oportunidades, Denise Bottmann presta inestimável serviço à cultura brasileira, ao mercado editorial e a todos nós, que amamos os livros.