julho 09, 2012

“O problema é que não se faz nada em relação à educação no Brasil”


Ótima, lúcida entrevista – hoje, no Estadão – com a editora e agente literária Luciana Villas-Boas. Com ampla experiência no mercado brasileiro, responsável pelo lançamento de alguns dos melhores nomes da nossa literatura contemporânea, Luciana enfrenta bem todas as perguntas.

Coloco abaixo um dos trechos de que mais gostei, no qual ela aponta o servilismo de parcela do mercado editorial à visão errônea, realmente distorcida dos departamentos de Letras e da crítica literária:  

Livro é mesmo caro aqui?

Não acho que preço seja fundamental, é uma outra problemática. O profissional liberal que tem dinheiro para comprar um best-seller internacional não compra de um autor brasileiro. É um preconceito que talvez até se justifique.

Por quê?

Porque os editores, talvez influenciados pelos departamentos de Letras das universidades, passaram a publicar, principalmente, autores brasileiros extremamente “difíceis”. Ao mesmo tempo, pegue o Philip Roth, Complô contra a América. Eu achei bom, mas, se fosse publicado no Brasil, não dariam bola. Porque não se trata de um livro de grandes experimentações linguísticas. Aqui, a tendência da crítica seria não levá-lo muito em conta.

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