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outubro 31, 2014

Dicas de leitura no Dia Nacional do Livro (com atraso)

Se há um Dia Nacional do Livro — sim, eu sei, estou atrasado —, ele deve servir, principalmente, para honrar quem dá vida ao livro: o leitor. Só ele garante a sobrevivência, não só da obra, não só da memória do autor, mas também do frágil objeto que, esquecido ou maltratado, tende a desaparecer.

Assim, homenageando os leitores, minhas dez sugestões de livros, para hoje e sempre:

1. “A morte de Virgílio” (Hermann Broch) — Numa prosa soberba, o retrato das últimas horas de vida do escritor que encarna os principais valores da civilização ocidental.

2. “Filoctetes” (Sófocles) — As qualidades de um homem jamais podem ser separadas de seus tormentos e de sua mágoa. [Complemento indispensável: o ensaio “Filoctetes: a ferida e o arco”, de Edmund Wilson.]

3. “O condenado” (Graham Greene) — O mal contamina tudo; e pode se propagar para além da morte.

4. “Berlim” (Joseph Roth) — Crônicas, que também são ensaios, geniais.

5. “A provação de Gilbert Pinfold” (Evelyn Waugh) — Ironia e demência num texto divertidíssimo.

6. “O Agente Secreto” (Joseph Conrad) — Cinismo e canalhice, quando se trata dos esquerdistas, não têm limite.

7. “A fera na selva” (Henry James) — O perigo de não tomar decisões e de se recusar a viver.

8. “Sob o sol de Satã” (Georges Bernanos) — A terrível materialidade do mal.

9. “O bom soldado”, Ford Madox Ford — Um narrador-protagonista que, em meio à confusão e à ruína moral, procura a verdade.

10. “Aspiração”, um poema, de Carlos Drummond de Andrade, que os jovens não costumam entender.