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maio 26, 2010
Convite aos amigos
Estarei no 2º Festival Internacional da Leitura de Campinas (SP), no próximo dia 3 de junho, às 18 h, no Largo do Rosário, participando de uma mesa sobre Ficção Científica, ao lado do escritor, meu querido amigo, Carlos Orsi Martinho. Será uma ótima oportunidade para debatermos sobre a crítica literária no Brasil e sua relação com um gênero até hoje desprezado entre nós. Até lá!
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Carlos Orsi Martinho,
Crítica literária,
ficção científica
dezembro 07, 2009
Ficção científica e mundividência cósmica
O professor Desidério Murcho, da Universidade Federal de Ouro Preto, sempre nos oferece reflexões instigantes. Vejam, por exemplo, este trecho de seu artigo “Azar cósmico e o futuro pós-humano”:
O sonho de explorar outros planetas carece de realismo. Mesmo que seja possível, é uma possibilidade de tal modo remota que não tem poder motivador. Isto deixa-nos, num certo sentido, onde sempre estivemos. Deixa-nos no provincianismo das nossas preocupações mesquinhas, que nos faz imaginar realidades distantes, na ficção científica, só para voltarmos a falar de nós mesmos e dos nossos problemas: guerra, discriminação, dominação, opressão das hierarquias, facciosismo, cegueira. O sonho que mais vale a pena sonhar, em ficção científica, é assim o domínio das tecnologias genéticas, que nos permitam ter bebés mais inteligentes, mais sensatos — menos humanos, num certo sentido. Se a humanidade é o que tem mostrado ao longo dos milénios — exploração dos fracos, frivolidade, injustiça, provincianismo — talvez valha a pena sonhar com um futuro pós-humano, em que os nossos descendentes, mais inteligentes e sensatos, possam fundar uma sociedade que, ao contrário de todas as sociedades humanas, não seja uma vergonha cósmica.
A íntegra do artigo pode ser lida aqui.
O sonho de explorar outros planetas carece de realismo. Mesmo que seja possível, é uma possibilidade de tal modo remota que não tem poder motivador. Isto deixa-nos, num certo sentido, onde sempre estivemos. Deixa-nos no provincianismo das nossas preocupações mesquinhas, que nos faz imaginar realidades distantes, na ficção científica, só para voltarmos a falar de nós mesmos e dos nossos problemas: guerra, discriminação, dominação, opressão das hierarquias, facciosismo, cegueira. O sonho que mais vale a pena sonhar, em ficção científica, é assim o domínio das tecnologias genéticas, que nos permitam ter bebés mais inteligentes, mais sensatos — menos humanos, num certo sentido. Se a humanidade é o que tem mostrado ao longo dos milénios — exploração dos fracos, frivolidade, injustiça, provincianismo — talvez valha a pena sonhar com um futuro pós-humano, em que os nossos descendentes, mais inteligentes e sensatos, possam fundar uma sociedade que, ao contrário de todas as sociedades humanas, não seja uma vergonha cósmica.
A íntegra do artigo pode ser lida aqui.
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