Esses dois
ensaios mostram o que Antônio Candido insiste em não recordar, pois certamente
não desconhece a verdade: retratam a vida
concreta dos que lutaram para sobreviver sob um regime utopista, controlado
pelos defensores do que Candido trata como “doutrina triunfante”.
Se há algo que
triunfa sob regimes socialistas – sob o socialismo que Candido chama de “grande
visão do homem, que não foi ainda superada, de tratar o homem realmente como
ser humano” –, esse algo é a corrupção das consciências em nome da igualdade mentirosa,
que concede poder, dinheiro, benesses e honrarias apenas aos bajuladores do
governo.
O que prevalece
sob regimes pretensamente igualitários é a fraude. E também o servilismo. Como disse
Brodsky, ao recordar sua juventude na União Soviética, “os quatro anos de
Exército (para o qual os homens eram convocados aos dezenove anos) completavam
o processo de rendição total ao Estado. A obediência se transformava numa
primeira e também numa segunda natureza”.
O que triunfa
sob os regimes que Antônio Candido defende confortavelmente, sem ter
experimentado um único dia de luta pela sobrevivência nos cárceres cubanos ou poucos
minutos de tortura em algum Gulag, é sempre a morte. Moral ou física, mas
sempre a morte.
Uma aula sobre “paralaxe cognitiva” não faria mal a Antônio Candido.
Um comentário:
André Gide,em 1935, comprovou o absurdo do socialismo na União Soviética. Observação pessoal, de quem passou alguns dias na U.R.S.S., como pessoa comum. Qual a reação dos escritores da época? Fazer uma moção de repúdio ao seu livro. É sempre assim, não admitem a realidade dos fatos, e desgraçadamente inculcam nos universitários a ideia de que o socialismo é uma visão triunfante. Como gosto de falar, é muito fácil defender o socialismo quando se esta sendo cevado em bolsas e cargos estatais.
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