A “Mboitatá” é a narrativa mais
admirável. Simões Lopes Neto conseguiu criar um exemplo perfeito de sintetismo,
construindo-o por meio de elementos que, de forma reiterada, transportam-nos ao
universo mítico. Numa cosmologia primitiva, a longa noite está instaurada — e o
que veio antes dela permanecerá incógnito. O homem, anulado diante do cosmo que
se desorganizou, encontra-se no anti-gênesis. Estamos in illo tempore: um passado indefinido, em meio ao caos. A desordem absoluta, que
enche de pavor homens e animais, favorece o surgimento do prodígio maléfico: a
serpente que devora olhos.
novembro 07, 2012
Simões Lopes Neto: o narrador ideal de Walter Benjamin
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