novembro 25, 2012

O “Cogito” Agostiniano

Pois nós somos e sabemos o que somos, e amamos o nosso ser e o nosso conhecimento. E estamos seguros da verdade destas três coisas. Pois não é como os objetos de nossos sentidos que podem nos enganar por uma noção falsa. Estou absolutamente certo por mim mesmo que eu sou, que eu conheço e que eu amo meu ser. Não temo tampouco aqui os argumentos dos Acadêmicos, mesmo que me digam: Mas vós vos enganais! Pois se me engano é porque existo, pois ninguém pode se enganar se não existe. E uma vez que eu exista, eu que me engano, de que maneira eu posso me enganar crendo que eu existo, visto que é certo que eu existo se me engano? Assim dado que seria sempre eu que estaria enganado, quando fosse verdade que eu me enganasse, é indubitável que eu não posso me enganar quando creio que existo.
 
A Cidade de Deus XI, 26

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