Os comentários
de Krüger também chovem no molhado. Dizer que “a vida é muito curta para se
perder tempo com livros ruins” é um lugar-comum – se não para todos, ao menos
para a minoria que preza a própria inteligência.
Qual a novidade em
afirmar que as pessoas leem livros de segunda categoria, os críticos elogiam
obras de terceira e as livrarias estão abarrotadas de subliteratura? Sempre foi
assim – e continuará sendo, cada vez mais, principalmente agora, com os
sistemas de autopublicação digital.
Sim, “os livros
horríveis são mais estimados que os bons” e os editores realmente não gostam de
ler a maior parte das obras que publicam. É a lei do mercado. Os medíocres
financiam os bons – e garantem a permanência e o desenvolvimento do sistema
literário.
Um editor experiente não pode se surpreender com o fato de as pessoas amarem os livros ruins. Na verdade, graças a eles, aquele mínimo de boa literatura, no qual encontram-se os clássicos, continua sendo publicado. Nosso agradecimento pela nova tradução de Cervantes ou Platão vai, portanto, para centenas de títulos médios. Aliás, se as editoras publicassem apenas o que é ótimo, ainda estaríamos imprimindo livros com os tipos móveis de Gutenberg.
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