fevereiro 05, 2013

Ler sempre, mas com método

“Exercício de vontade. – Ler com método, tomando notas e pondo em ordem, por escrito, as impressões. Escrever, escrever sempre, todos os dias, escrever mesmo banalidades, não para publicar, mas como quem pratica um ofício, com a finalidade de pesquisar os processos da forma. Muitos dos nossos estudos e leituras são mal aproveitados por falta de método. Voltar a ler certos autores fundamentais como Bergson e Proust, com o lápis na mão e o caderno nas pernas. Dominar a preguiça, sufocar o gosto das evasões para livros mais agradáveis porque mais fáceis; não deixar-se vencer pelo simples prazer da leitura como um diletante.”
 
São os sábios conselhos de Álvaro Lins, em Álvaro Lins – sobre crítica e críticos (org. de Eduardo Cesar Maia), que analiso em minha resenha na Folha de S. Paulo do último sábado.

5 comentários:

Saint-Clair Stockler disse...

Maravilhosa seleção, como sempre, Rodrigo!

digo disse...

Sua visita ao meu blog é uma alegria, meu caro Saint-Clair!

Mirian Macedo disse...

Rodrigo,eu queria fazer o que tu mandas. Mas como, se eu tenho um reino para cuidar? Um dia, quem sabe... Meu Olimpo é escrever intercaladas como Edgar Alan Poe e parágrafos longos, como Proust. Vou treinar hehe.

donne disse...

Demorei a entender isso, na verdade sempre deixei a preguiça tomar de conta e achava mais confortável ler grandes autores no conforto de uma rede (sou cearense e estar em casa é sinônimo de deitar numa rede! rsrs) Até me dar conta do conselho do Olavo: primeiro leia os livros que tratam de como estudar, só em seguida estude, pois se não tiver uma preparação será muito desperdício de esforço e tempo. Li A vida Intelectual e Como Ler Livros, livros que mudaram muito minha visão. Mas ainda uma coisa me perturba, tenho certeza que não conseguirei ler sequer os livros que já listei, o que dirá os que for descobrindo pelo caminho! O tempo é curto e tenho apenas 20 anos de idade.

digo disse...

É difícil mesmo, Mirian e 'Donne', a vida do leitor, principalmente num mundo como o nosso, em que há tantas solicitações (algumas essenciais, outras inúteis). Eu próprio luto, todos os dias, para ler os autores que me dão prazer... quase sempre com insucesso...