setembro 12, 2012

Um livro contra a corrente

Muita retórica – Pouca literatura (de Alencar a Graça Aranha) reúne vinte ensaios publicados, entre 2010 e 2012, no jornal Rascunho, numa série, ainda não terminada, em que me proponho a reler os prosadores da literatura brasileira.

Minha leitura segue, de maneira proposital, parâmetros em grande parte desprezados na atualidade, quando a crítica literária não só difunde, mas também sofre dos três males apontados por Tzvetan Todorov: formalismo, niilismo e solipsismo. Trata-se, portanto, de uma leitura à contracorrente.

Dispus os ensaios cronologicamente, como convém a um trabalho que, embora crítico e analítico, também se apresenta sob a perspectiva da história. E cada autor eleito comparece com uma obra, escolhida por seu caráter paradigmático, sua capacidade de representar o conjunto da produção do escritor.

Entre os autores analisados encontram-se os nomes clássicos de José de Alencar, Manuel Antônio de Almeida, Raul Pompeia, Machado de Assis, Graça Aranha etc. Mas não me ative, apenas, aos ficcionistas; e também reli grandes prosadores esquecidos – como João Francisco Lisboa, Joaquim Felício dos Santos, Eduardo Prado – ou ainda hoje lembrados (por exemplo, Nabuco e Taunay).

Como afirma José Carlos Zamboni no prefácio Um crítico contra a corrente, “Rodrigo Gurgel não teme o julgamento, que deve completar obrigatoriamente a análise. Não salva nem condena em bloco, preferindo exercitar a difícil arte de fazer justiça; e, por isso, todos esses autores [...], mesmo os que mais sofrem com suas bordoadas, acabam resguardados num aspecto ou noutro”.
 
A partir de hoje, Muita retórica – Pouca literatura pode ser adquirido no site da Vide Editorial (que publicou o livro) ou na Livraria Cultura.


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