Em seu texto de
hoje, o vaticanista Andrés Beltramo fala sobre a crise vivida pelos jesuítas latino-americanos. Não, não se trata de uma crise eventual, infelizmente.
Trata-se, na verdade, de nítida ruptura, de escancarado desejo de insubordinação,
de um patente movimento de secularização e laxismo que congrega parcela
significativa da Companhia de Jesus, ordem que já foi conhecida por sua
absoluta fidelidade ao Papa.
As denúncias apresentadas
por Beltramo, contudo, ainda que gravíssimas, revelam apenas parte do declínio
moral, filosófico e teológico vivido pelos jesuítas latino-americanos. Veja-se,
por exemplo, no Brasil, o caso do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, cisto de filosofia
marxista e projeto revolucionário que defende, abertamente, o que de mais radical
há na Teologia da Libertação. Os jesuítas ali reunidos são, inclusive, anacrônicos
– comprova-o o slogan de 1968 que
serve como epígrafe e eixo estratégico do IHU: “Arrisca teus passos por
caminhos pelos quais ninguém passou; arrisca tua cabeça pensando o que ninguém
pensou”.
Sob o romantismo
passadista dessa frase de efeito, esconde-se o esquerdismo e cultua-se,
em nome da liberdade de pensamento, a vocação de afrontar o Magistério da
Igreja e a Santa Tradição, tarefa que os jesuítas ali reunidos desempenham incansável
e cotidianamente, amparados pelos superiores coniventes e por um episcopado dividido
entre a tolerância excessiva – agradavelmente disfarçada de indulgência
evangélica – e a timidez.
Agora mesmo
prepara-se ali um Congresso Continental de Teologia, a ser realizado em outubro
deste ano, cujo nome, no entanto, é deixado propositalmente incompleto, para
camuflar o seu real objetivo: cultuar a Teologia da Libertação – é o que
qualquer inteligência de média capacidade pode concluir dos textos que apresentam o evento.
Os jesuítas da
Unisinos dão, assim, mais um passo no anelado projeto – deles e de parte dos
nossos bispos – de desligar a Igreja latino-americana de Roma; de erigir a
Teologia da Libertação à condição de pensamento hegemônico; de pensar e agir
sem qualquer colegialidade – ou melhor, de construir uma falsa colegialidade,
na qual as conferências episcopais passariam a falar ex cathedra e o Papa não seria o sucessor de Pedro, mas apenas um
mero adereço.
Parte das consequências
desse tipo de comportamento se manifesta na confusão moral, na achincalhação
teológica defendida pelo jesuíta chileno Pedro Labrín, analisada com destemor por Andrés Beltramo. Há muito mais, contudo. A teologia defendida pelos
jesuítas, incluindo os da Unisinos, é a grande arma de guerra que, nos últimos
anos, destruiu a liturgia em centenas de nossas paróquias, transformando a
celebração do Sacrifício de Jesus Cristo em festinhas de confraternização,
reuniões sindicais ou encontros para se cantar, sapatear e saracotear ao ritmo
de hinos protestantes ou canções que se assemelham a marchinhas de Carnaval.
Número significativo
de jesuítas latino-americanos especializou-se em cumprir apenas a primeira
parte da recomendação, apócrifa, de Inácio de Loyola – “Confia em Deus mas age
como se o resultado de teus empreendimentos só dependesse de ti e não de Deus”
–, preferindo esquecer o restante: “Entretanto, mesmo dedicando todos os teus
cuidados a tais empreendimentos, age como se tua ação devesse ser nula e como
se Deus devesse tudo fazer”.
3 comentários:
A Faje é um antro de homossexualismo.
Já ouvi uma palestra de um jesuíta - durante um congresso teológico-filosófico - que defendia uma nova "hermenêutica bíblica" para que a teologia moral passasse a ver o homossexualismo como mais uma forma de sexualidade.
Já fui aluno da Faje e confirmo o que o comentário acima afirma.
é realmente os jesuítas deixaram de ser o que Santo Inácio de Loyola sonhou... e o que os primeiros jesuítas, os primeiros companheiros foram...
banalizaram o sagrado e são, hoje, os que mais ofendem e desprezam o santo Padre e se dizem portadores do quarto voto de obediência!
A crise da Companhia de jesus é muito mais profunda e grave do que podemos perceber... Quase nada sobrou do espírito de Santo Inácio nos jesuítas de hoje, uma clara traição desse grande homem e santo de Deus e da Igreja católica..Agora sou muito mais critico das obras de jesuítas "modernos", "pós-conciliares" como eles se dizem.
Para uma melhor compreensão dessa tragédia veja: MARTIN, Malachi. The jesuits. The Society of Jesus and the betrayal of the Roman Catholic Church.1987. Infelizmente só em Inglês...
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