Depois de Affonso Romano de Sant'anna, hoje foi a vez de Deonísio da Silva rebater o panfleto de Flora Sussekind. Segundo o escritor e jornalista, Sussekind
“perpetrou várias indelicadezas e equívocos no caderno 'Prosa&Verso' de O Globo (24/4/2010). Não apenas com o que disse, mas com o que costuma silenciar, pois ela deve conhecer a qualidade de livros e autores que omite em suas pesquisas. Como disse Eduardo Portella, 'o silêncio é aquilo que se diz naquilo que se cala'.
O pior de tudo é que jamais discordou de Wilson Martins quando ele era vivo. Em cima de seu caixão, com o profissional morto, ela, não só desanca sua obra, como ainda fala mal de quem falou bem do crítico [...]”.
O que posso dizer? É a ética dos mandarins da crítica literária nacional.
abril 27, 2010
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2 comentários:
O texto da Flora é intricado, prolixo, desnecessariamente confuso em alguns pontos. Talvez por isso dê margem à interpretações tão diversas e inflamadas. Quanto ao teor do texto, algumas coisas eu até concordo, como por exemplo quando ela critica a pasmaceira na produção literaria no Brasil, o não-lugar da literatura em nossos círculos culturais. Por outro lado, já discordo quando ela propoe que alguns críticos dizem amém a monotonia da literatura, fazendo eles mesmos uma crítica monotona, e aí cita colegas de profissão como exemplo - achei pouco ético da parte dela e indelicado com a figura do crítico falecido. Não poderia discordar nem concordar quanto à produção desses criticos porque li pouco de seus escritos, mas ainda que Flora tivesse razao, existem maneiras e maneiras de se falar a respeito. A maneira que ela usou, definitivamente não me agrada.
A Flora está atrasada há muito em relação a Wilson Martins, quando cita "a perda de lugar social da crítica". Wilson Martins viveu isso na pele e ninguém melhor do que ele para falar sobre isso, enquanto crítico literário que padeceu pela própria extinção de sua funcionalidade no jornal em que trabalhava. Ele já era um visionário.
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