Sofri um acesso de incontrolável identificação ao ver a capa de Veja. A revista fala exatamente o que eu gostaria de repetir, em alto e bom som, à politicalha que comanda este país: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”. Foi como se o meu rosto estivesse ali, compondo a capa, encimado pelo grito de revolta que, certamente, percute na consciência de todos os que têm um mínimo de capacidade crítica: “Basta de impunidade!”.
Depois, na longa reportagem “À sombra da Constituição”, o texto enxuto, claro, preciso, é acompanhado por dezenas de declarações que, em qualquer democracia civilizada, obrigariam o presidente da República a, no mínimo, ficar de joelhos e proferir um mea-culpa. O que, é evidente, não acontecerá aqui.
Deliciosamente mordaz, a revista também me presenteou com a legenda da página 65, na qual expõe a farsa do esquerdismo e denuncia a parcialidade e a demagogia daqueles que, por muito menos, já tentaram paralisar o país: “RADICAIS CALADOS – mais de 100 000 militantes de movimentos sociais pedem a saída de FHC em 1997. Hoje, MST, CUT e UNE funcionam como braço auxiliar do governo e só promovem manifestações de apoio a Lula”.
Veja ainda me regalou com a radiografia imparcial do movimentículo paredista da USP, a resenha de Nelson Ascher sobre Hammerstein ou a Obstinação, de Hans Magnus Enzensberger, e o artigo “Empregos secretos”, de J. R. Guzzo. Só faltou, para que a leitura fosse absolutamente perfeita, um daqueles bons ensaios do Reinaldo Azevedo.
junho 26, 2009
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Um comentário:
eu fiquei meio confusa com essa matéria da veja. vi fotos de pessoas que nunca se acharam comuns ali e pensei o quanto alguns, pq chegam a alguns cargos, se acham mais que os outros. obrigada rodrigo pelo seu comentário no meu blog. eu gostaria particularmente de ler bem mais e preciso ler mais, mas dentro do que consigo tento sempre ler algo e avançar um pouco no meu conhecimento. beijos, pedrita
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