Na entrevista
concedida ao jornal Valor Econômico (18/10/2013),
a escritora Ana Maria Machado comete novo deslize (vejam meu post de 29/08/2013) ao afirmar, referindo-se a
seu romance Infâmia: “Não apareceu um
único crítico, num único jornal, que fizesse uma resenha ou um comentário
mostrando que tinha lido o livro”.
De fato, a presidente
da Academia Brasileira de Letras parece desconhecer o que se passa a seu redor:
se fosse minimamente informada, teria lido meu texto na Folha de S. Paulo (29/11/2012), no qual explico a nota zero que dei
a seu romance e saliento a) as cansativas
referências literárias, históricas e bíblicas que ela utiliza para referendar as
teses que se espraiam pelo romance, b)
o enredo esquemático, em que as personagens só conseguem emitir julgamentos
repetitivos e politicamente corretos, c)
o didatismo escancarado, d) os estereótipos
e as cenas inverossímeis.
Em meio às respostas recheadas
de lugares-comuns, o entrevistador sai em defesa da escritora e considera “um
disparate” a nota zero que lhe dei. Ora, no Brasil em que a crítica literária,
com honrosas exceções, especializou-se em elaborar discursos anódinos ou
açucarados, acariciar cocurutos de escritores e se esconder sob a sintaxe intrincada
e o vocabulário muitas vezes hermético, é perfeitamente compreensível que pretendam
transformar o ato de julgar num disparate. “O que foi é o que será: o que
acontece é o que há de acontecer. Não há nada de novo debaixo do sol”, caros
leitores.
outubro 20, 2013
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2 comentários:
O que me choca é que a escritora, parece ter como objetivo de vida, querer provar em todas as oportunidades que a nota foi injusta. Tal como um jovem não afeito aos estudos , que busca o apoio de seus pares e amigos mas que não se dá ao trabalho de perguntar ao autor da nota, quais os motivos que o fizeram cometer tal desprazer. Atribuir uma nota ruim, nunca é algo bom. É antes de mais nada uma oportunidade de aprendizado que a vaidade cega-lhe o olho esquerdo enquanto que o ego o direito.
Lhe falta humildade, tanto para aprender como para seguir adiante.
Infâmia é meu filho ter que ler a porcaria da Bia Bisa, Bisa Bel goela abaixo ao invés dos clássicos juvenis . Por mim a nota zero justa se estenderia ao conjunto obrado pela distinta senhora Ana Maria .
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