agosto 13, 2013

“O escritor é uma espécie de jejuador perpétuo”


Poucos, na literatura brasileira, compreenderam os sábios conselhos de Augusto Meyer em sua Epístola a Porfírio:
 
“[...] Aprender a escrever é aprender a escolher, cheirar, pesar, medir, sacudir antes de usar, apalpar, comparar e afinal rejeitar muito mais que adotar linguarudas famílias de palavras, que atravancam a memória e impedem que a gente se ouça um pouco, nos raros momentos de diálogo e murmúrio subjetivo. Para mim, o escritor é uma espécie de jejuador perpétuo: condenado a transformar toda a exuberância da vida em dois ou três compassos da sua música interior, inatingível na essência mais profunda, jejua à mesa posta dos seus desejos, castigando com cilício as luxúrias do verbo. [...]”.

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