Hoje foi a vez de Sérgio Rodrigues responder à metralhada de Flora Sussekind. Para o meu gosto pessoal, usou de muita cordialidade. Nem sempre a diplomacia é a melhor resposta à truculência. Mas, enfim, sempre me esqueço, este é um país cordial. Sérgio não deixa de apontar, com acerto, ao menos dois graves problemas de parcela da crítica literária contemporânea: a “rendição incondicional à antropologia”, enaltecendo os escritores que se preocupam apenas em ser porta-vozes dos “despossuídos literários: mulheres, negros, gays, favelados”, e o endeusamento da “transgressão”, do “escrever mal”. É uma pena que, ao fazê-lo, tenha se sentido obrigado a diminuir o valor de Wilson Martins, que, em sua opinião, “se ao morrer andou sendo saudado por aí como um gigante, em evidente exagero, isso parece se dever menos à sua estatura do que ao cenário liliputiano construído ao seu redor” – afirmação com a qual não posso, de forma alguma, concordar.
No entanto, temos de saudar o fato de o violento artigo da mandarina ter sido contestado por alguns no transcorrer da última semana: além de Sérgio Rodrigues, Affonso Romano de Sant'anna, Deonísio da Silva e Luís Antônio Giron.
maio 01, 2010
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2 comentários:
Bom, aparentemente Flora conseguiu o que queria quando escreveu um artigo: ser citada, discutida, e continuar no topo da crítica. Ainda que ela seja pessoal e negativa. A polêmica criada em torno do artigo foi tão grande que cabe questionar se ela não exagerou em alguns aspectos de propósito. De qualquer maneira, Flora Sussekind apontou sua metralhadora para o alto e conseguiu ficar em evidência.
ah, eu tento ser mais diplomática. beijos, pedrita
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