Da expressão lapidar do ministro da Cultura, dissecando em público o próprio corpo, a fim de defender seu emocionalismo intransigente, ao artigo de César Benjamin, na edição de hoje da Folha de S. Paulo, no qual testemunha sobre uma possível característica repulsiva do presidente da República, passando por certa mensagem publicitária de papel higiênico, que transformou as duas principais figuras do governo federal em garotos-propaganda à porta de uma latrina, e sem esquecer todas as expressões chulas que se tornaram, nos últimos anos, a principal muleta linguística dos discursos presidenciais, “nunca antes neste país” chafurdamos tanto na lama da vulgaridade, da grosseria.
A massa certamente se delicia e se espoja nesse espetáculo de sordidez, mas nós, que ainda exercemos a capacidade de julgar, devemos manter distância desse circo de escatologias, ainda que nossas opções sejam poucas: a ingestão de um emético diário – ou recordar com altivez, depois da leitura de mais um capítulo de William Hazlitt, o provérbio latino: Vulgus vult decipi, ergo decipiatur (O povo quer ser enganado, pois que o seja).
novembro 27, 2009
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5 comentários:
náusea. mas pq vc diz " possível" ?
aliviando o Lula?
Pois é, minha amiga. É de provocar engulhos. Mas digo "possível" por uma única razão: não fui testemunha ocular da reunião descrita pelo César Benjamin.
um dia desses eu estranhei o lula discursando na inaguração do prédio da rede tv. achei esquisito e foi por bastante tempo. dois depois depois ele dava uma entrevista longa para o canal. beijos, pedrita
Rodrigo, querido sheinale... É sempre um alivio te ler. De verdade. Vc sabe....rs. Beijos imensos. I.
Obrigado, minha querida Ivy.
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