setembro 28, 2012

Palestra virtual sobre meu livro, “Muita retórica – Pouca literatura”

Na próxima 2ª feira, dia 1º de outubro, às 20 h, darei uma palestra on-line sobre meu livro, Muita retórica – Pouca literatura (de Alencar a Graça Aranha). Na data e horário marcados, para acompanhar a palestra basta ir ao site da Vide Editorial e clicar no banner amarelo ou, se preferirem, ir direto à página de transmissão.
 
Aviso, inclusive, que o livro encontra-se à venda na Livraria Cultura, na Martins Fontes e na própria editora.

setembro 24, 2012

setembro 20, 2012

Machado de Assis e a Gnose

No prefácio que escreveu para meu livro, Muita retórica – Pouca literatura (de Alencar a Graça Aranha), o professor e romancista José Carlos Zamboni mostra-se leitor perspicaz, que não apenas detecta minha linha de estudo, as preocupações que tenho em relação à análise da prosa brasileira, mas vai além, interpretando algumas de minhas conclusões à luz de um achado particular: o da Gnose como “uma das fontes remotas do pessimismo” de Machado de Assis. Tema que, com certeza, pede aprofundados estudos.
 
Abaixo, coloco os trechos finais de “Um crítico contra a corrente”, brilhante prefácio de José Carlos Zamboni:


setembro 12, 2012

Um livro contra a corrente

Muita retórica – Pouca literatura (de Alencar a Graça Aranha) reúne vinte ensaios publicados, entre 2010 e 2012, no jornal Rascunho, numa série, ainda não terminada, em que me proponho a reler os prosadores da literatura brasileira.

Minha leitura segue, de maneira proposital, parâmetros em grande parte desprezados na atualidade, quando a crítica literária não só difunde, mas também sofre dos três males apontados por Tzvetan Todorov: formalismo, niilismo e solipsismo. Trata-se, portanto, de uma leitura à contracorrente.

Dispus os ensaios cronologicamente, como convém a um trabalho que, embora crítico e analítico, também se apresenta sob a perspectiva da história. E cada autor eleito comparece com uma obra, escolhida por seu caráter paradigmático, sua capacidade de representar o conjunto da produção do escritor.

Entre os autores analisados encontram-se os nomes clássicos de José de Alencar, Manuel Antônio de Almeida, Raul Pompeia, Machado de Assis, Graça Aranha etc. Mas não me ative, apenas, aos ficcionistas; e também reli grandes prosadores esquecidos – como João Francisco Lisboa, Joaquim Felício dos Santos, Eduardo Prado – ou ainda hoje lembrados (por exemplo, Nabuco e Taunay).

Como afirma José Carlos Zamboni no prefácio Um crítico contra a corrente, “Rodrigo Gurgel não teme o julgamento, que deve completar obrigatoriamente a análise. Não salva nem condena em bloco, preferindo exercitar a difícil arte de fazer justiça; e, por isso, todos esses autores [...], mesmo os que mais sofrem com suas bordoadas, acabam resguardados num aspecto ou noutro”.
 
A partir de hoje, Muita retórica – Pouca literatura pode ser adquirido no site da Vide Editorial (que publicou o livro) ou na Livraria Cultura.


setembro 11, 2012

Em breve, nas livrarias, “Muita retórica – Pouca literatura (de Alencar a Graça Aranha)”

Quando um livro nasce e olhamos para o primeiro exemplar retirado da caixa, um desfile de pessoas queridas passa diante de nossos olhos. Podemos ser o autor, nossas ideias estão presas entre as duas capas, mas por trás de nós pulsam aqueles sem os quais a obra não existiria: minha mãe, Carmen, que sempre quis ter um filho médico, mas aceitou com um sorriso minha opção pela literatura; meu pai, infelizmente falecido, que nas manhãs de domingo me fazia ler o editorial do Estadão e, debatendo comigo, exercitava meu raciocínio; inesquecíveis professores, principalmente Ivanira Dadalt, que no primeiro ano de colégio não discordou de mim quando lhe disse que O Guarani era intragável; Bia Kotek (sem seu carinho e sua amizade, eu simplesmente não estaria vivo hoje); Mimi, minha esposa, que ouviu, com abnegada paciência, muitos dos ensaios – e sempre me entusiasmou quando pensei em desistir; Rogério Pereira, editor do jornal Rascunho, que encampou o projeto, ainda em curso, de releitura da prosa brasileira e sempre, sempre respeita minhas ideias; Cesar Kyn d’Ávila, Adelice Godoy, Silvio Grimaldo e Lucas Silveira Santos, que, num gesto de rara amizade, convidaram-me para publicar a obra pela Vide Editorial (Silvio Grimaldo, aliás, foi o longânime editor); Diogo Chiuso, responsável pelo projeto editorial sóbrio, que teve abnegação monacal com meu detalhismo; Robson Vilalba, que captou perfeitamente minha ideia para a ilustração da capa; José Carlos Zamboni, autor de um prefácio magnífico, cuja inteligência me fez perceber novas questões a serem abordadas; e Ronald Robson, que estraçalhou os inevitáveis erros e escreveu uma orelha generosa, fraternal. A todos vocês, muito, muito obrigado.

setembro 04, 2012

Coelho Neto: perseguido, mas brilhante

Em meu ensaio deste mês no jornal Rascunho, analiso o romance Turbilhão, de Coelho Neto, obra-prima desse autor injustamente perseguido e massacrado por grande parte da crítica literária nacional. A respeito do estilo de Coelho Neto, podemos, sem exagero, lembrar o que Milan Kundera fala, no ensaio “Improviso em homenagem a Stravinski” (em Os testamentos traídos), referindo-se à escolha de Johann Sebastian Bach pela polifonia pura, o que Kundera chama de “recusa tácita do futuro”:

a História não é necessariamente um caminho ascendente (em direção ao mais rico, ao mais culto), [...] as exigências da arte podem estar em contradição com as exigências do dia (dessa ou daquela modernidade) e [...] o novo (o único, o inimitável, o que nunca foi dito) pode ser encontrado numa direção diferente daquela traçada por aquilo que todo mundo sente como progresso. Com efeito, Bach pôde ler na arte dos seus contemporâneos e dos mais jovens do que ele um futuro que deveria parecer, a seus olhos, uma queda.