Graças à
indicação de meu amigo Sílvio Grimaldo, tenho lido, antes de dormir, o
divertidíssimo Possum Living: How To Live
Well Without A Job And With (Almost) No Money, escrito por Dolly Freed no
final da década de 1970.
Não, não se
trata de algo semelhante a Walden, de
Henry David Thoreau, ainda que o despretensioso livrinho de Dolly tenha sido
sequestrado pelos seguidores do movimento Simple
living.
Dolly Freed não
está interessada em atacar uma suposta “sociedade de consumo”. Ao contrário da
tediosa linguagem de cunho ideológico, ela nos oferece humor, ironia. Numa das partes
dedicadas à alimentação, recomenda, por exemplo, que os humanos só devem ser
comidos em casos de emergência, pois sua carne é fibrosa e carente de vitamina
B.
Ela escreve com franqueza contagiante — e ainda
que eu não esteja disposto a viver totalmente como Dolly propõe, um estilo de
vida que ela própria se viu forçada a abandonar, o livro é um delicado convite à
simplicidade, a buscar o que é realmente essencial, como a bondade e a alegria.
Possum Living é a obra de uma chestertoniana
inconsciente.
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