maio 27, 2014

Dolly Freed, uma chestertoniana inconsciente

Graças à indicação de meu amigo Sílvio Grimaldo, tenho lido, antes de dormir, o divertidíssimo Possum Living: How To Live Well Without A Job And With (Almost) No Money, escrito por Dolly Freed no final da década de 1970.

Não, não se trata de algo semelhante a Walden, de Henry David Thoreau, ainda que o despretensioso livrinho de Dolly tenha sido sequestrado pelos seguidores do movimento Simple living.

Dolly Freed não está interessada em atacar uma suposta “sociedade de consumo”. Ao contrário da tediosa linguagem de cunho ideológico, ela nos oferece humor, ironia. Numa das partes dedicadas à alimentação, recomenda, por exemplo, que os humanos só devem ser comidos em casos de emergência, pois sua carne é fibrosa e carente de vitamina B.

Ela escreve com franqueza contagiante — e ainda que eu não esteja disposto a viver totalmente como Dolly propõe, um estilo de vida que ela própria se viu forçada a abandonar, o livro é um delicado convite à simplicidade, a buscar o que é realmente essencial, como a bondade e a alegria. Possum Living é a obra de uma chestertoniana inconsciente. 

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