Trechos
antológicos da entrevista que Faulkner concedeu a Jean Stein Vanden Heuvel, da Paris Review, em 1956:
Como se tornar um bom romancista
Noventa e nove
por cento de talento... noventa e nove por cento de disciplina... noventa e
nove por cento de trabalho. Não se deve estar nunca satisfeito com o que se
faz. Nunca está tão bom quanto seria possível. Sempre sonhe e mire acima
daquilo que você sabe que pode fazer. Não se preocupe apenas em ser melhor que
os seus contemporâneos ou predecessores. Tente ser melhor que você mesmo.
A experiência do fracasso
Todos nós
fracassamos em realizar nosso sonho de perfeição. De modo que estimo a nós
todos com base no nosso esplêndido fracasso em realizar o impossível. Na minha
opinião, se eu pudesse escrever toda a minha obra de novo, tenho certeza de que
faria melhor, o que é a condição mais saudável para um artista. É por isso que
ele continua trabalhando, tentando, tentando de novo; ele acredita que dessa
vez irá conseguir, irá realizar o que quer. É claro que não conseguirá, é por
isso que essa condição é saudável.
Sucesso, adversidade e pobreza
O escritor não
precisa de liberdade econômica. Tudo de que precisa é lápis e papel. Eu nunca
soube que algo bom em literatura tivesse se originado da aceitação de uma
oferta gratuita de dinheiro. O bom escritor nunca pede auxílio a uma
instituição cultural. Está ocupado demais escrevendo alguma coisa. Se não é um
escritor de primeira classe, ilude-se dizendo que não tem tempo ou liberdade
econômica. [...] As pessoas na verdade têm medo de descobrir que podem suportar
muita adversidade e pobreza. Têm medo de descobrir que são mais resistentes do
que pensam. Nada pode destruir o bom escritor. A única coisa que pode alterar o
bom escritor é a morte. Os bons não têm tempo para pensar no sucesso ou em
ganhar dinheiro.
Mais um texto para eu incorporar em minha vida literária! Muito obrigado Rodrigo, seu trabalho é inspirador!
ResponderExcluir