“[...] O número de mesquitas na França cresceu de cerca de 260 na metade da década de 1980 para mais de duas mil hoje. Há algumas mesquitas grandes em cidades como Paris, Marselha e Lyon, mas a maioria é pequena e o mesmo vale para a Alemanha e outros países europeus. A Alemanha tinha aproximadamente setecentas mesquitas de pequeno porte ou salões de oração nos anos 1980, mas são mais de 2.500 nos dias atuais. Havia 584 ‘mesquitas certificadas’ na Grã-Bretanha em 1999, mas o número real no presente é de pelo menos duas mil; em Birmingham, a segunda maior cidade da Inglaterra, existem atualmente mais mesquitas do que igrejas, apesar de muito menores. Pode ser que haja, agora, mais muçulmanos praticantes na Grã-Bretanha do que membros da Igreja da Inglaterra."
(in Os últimos dias da Europa - epitáfio para um velho continente, de Walter Laqueur)
novembro 30, 2009
novembro 28, 2009
Ensino de literatura e Internet
Convidado por meu amigo Antonio Carlos Olivieri, participei do projeto Livro Aberto, cujo objetivo é, utilizando os recursos da Internet, despertar a curiosidade dos alunos do ensino médio para a literatura brasileira. Nesta sua primeira fase, o projeto enfocou os livros selecionados para o vestibular da Fuvest.
Minha participação, divertidíssima, se restringiu a interpretar este ou aquele personagem. Mas o melhor foi conhecer pessoas animadas, cheias de entusiasmo, que amam seu trabalho e a literatura nacional.
Os podcasts já estão na web – e têm tudo para ser uma porta de entrada dos jovens à literatura. Confiram:
“Memórias de um Sargento de Milícias”, Manuel Antônio de Almeida
“Auto da Barca do Inferno”, Gil Vicente
“Iracema”, José de Alencar
“Dom Casmurro”, Machado de Assis
“O Cortiço”, Aluísio Azevedo
“A Cidade e as Serras”, Eça de Queirós
“Vidas Secas”, Graciliano Ramos
“Capitães da Areia”, Jorge Amado
“Antologia Poética”, Vinicius de Moraes
Minha participação, divertidíssima, se restringiu a interpretar este ou aquele personagem. Mas o melhor foi conhecer pessoas animadas, cheias de entusiasmo, que amam seu trabalho e a literatura nacional.
Os podcasts já estão na web – e têm tudo para ser uma porta de entrada dos jovens à literatura. Confiram:
“Memórias de um Sargento de Milícias”, Manuel Antônio de Almeida
“Auto da Barca do Inferno”, Gil Vicente
“Iracema”, José de Alencar
“Dom Casmurro”, Machado de Assis
“O Cortiço”, Aluísio Azevedo
“A Cidade e as Serras”, Eça de Queirós
“Vidas Secas”, Graciliano Ramos
“Capitães da Areia”, Jorge Amado
“Antologia Poética”, Vinicius de Moraes
novembro 27, 2009
Vulgaridade, vulgaridade, vulgaridade
Da expressão lapidar do ministro da Cultura, dissecando em público o próprio corpo, a fim de defender seu emocionalismo intransigente, ao artigo de César Benjamin, na edição de hoje da Folha de S. Paulo, no qual testemunha sobre uma possível característica repulsiva do presidente da República, passando por certa mensagem publicitária de papel higiênico, que transformou as duas principais figuras do governo federal em garotos-propaganda à porta de uma latrina, e sem esquecer todas as expressões chulas que se tornaram, nos últimos anos, a principal muleta linguística dos discursos presidenciais, “nunca antes neste país” chafurdamos tanto na lama da vulgaridade, da grosseria.
A massa certamente se delicia e se espoja nesse espetáculo de sordidez, mas nós, que ainda exercemos a capacidade de julgar, devemos manter distância desse circo de escatologias, ainda que nossas opções sejam poucas: a ingestão de um emético diário – ou recordar com altivez, depois da leitura de mais um capítulo de William Hazlitt, o provérbio latino: Vulgus vult decipi, ergo decipiatur (O povo quer ser enganado, pois que o seja).
A massa certamente se delicia e se espoja nesse espetáculo de sordidez, mas nós, que ainda exercemos a capacidade de julgar, devemos manter distância desse circo de escatologias, ainda que nossas opções sejam poucas: a ingestão de um emético diário – ou recordar com altivez, depois da leitura de mais um capítulo de William Hazlitt, o provérbio latino: Vulgus vult decipi, ergo decipiatur (O povo quer ser enganado, pois que o seja).
novembro 26, 2009
William Hazlitt, a Bolsa Escritor e a missão do crítico literário
Vivemos numa época estranha, na qual, dentre outros fenômenos excêntricos, parte significativa da crítica literária demonstra receio de qualificar, de exercer um julgamento. Como escrevi certa vez, a maior parte dos críticos e resenhistas se protege atrás de um dialeto acadêmico que, ao fim e ao cabo, nada explicita. Há muito de covardia intelectual nesse comportamento – e, percebo, uma boa dose de esperteza macunaímica, que se utiliza da linguagem hermética para se arrogar uma suposta hegemonia científica, disfarçada de imparcialidade, mas que, no fundo, esconde o medo de desagradar, de ferir vaidades.
Nos últimos anos, todos esses sintomas pioraram, pois grande parte dos críticos e resenhistas, seguindo a tendência geral do país, prefere se colocar no papel de pajem da demagogia, do populismo. Assim, eles se esmeram em distribuir análises (sempre análises, nunca julgamentos!) e elogios, como se estes conformassem um tipo curioso de Bolsa Família, a Bolsa Escritor, esmola para agradar copistas que, talvez, preferissem receber sua parte na forma de papel-moeda.
Em épocas assim, o melhor que podemos fazer é nos dedicar à leitura dos melhores críticos, o que nos ajuda a estabelecer uma barreira de lucidez, um filtro capaz de separar a moda passageira daquelas produções que nunca morrerão, às quais a humanidade, de tempos em tempos, sempre retorna, sedenta de verdade, ciência e beleza.
É o caso de William Hazlitt, que tenho relido com imenso prazer, amigo de William Wordsworth e Samuel Taylor Coleridge, mas que não se furtou a criticá-los duramente quando considerou que abdicavam de seus princípios estéticos, aderindo ao fácil, ao senso comum.
Otto Maria Carpeaux considerava Hazlitt um dos três principais intérpretes românticos de Shakespeare, ao lado de August Wilhelm Schlegel e Coleridge. E os leitores de Harold Bloom certamente lembram das inúmeras referências que ele faz a esse crítico cujo valor se iguala ao de outro gênio, Samuel Johnson, do qual Hazlitt não gostava.
Esse inglês é um ironista formidável, cuja linguagem, refinada e sem afetação, nos prende desde a primeira linha. Jacques Barzun diz que Hazlitt só tem um desejo: “fazer-nos leitores tão bons quanto ele”. É a missão que todo verdadeiro crítico literário deveria impor a si mesmo; inclusive porque essa é a única tarefa – extremamente honrosa, essencial para a formação dos leitores e para a vida cultural do país – que lhe cabe. O resto são firulas que alimentam a jactanciosidade no presente, mas estão condenadas a, no futuro, serem completamente esquecidas.
Nos últimos anos, todos esses sintomas pioraram, pois grande parte dos críticos e resenhistas, seguindo a tendência geral do país, prefere se colocar no papel de pajem da demagogia, do populismo. Assim, eles se esmeram em distribuir análises (sempre análises, nunca julgamentos!) e elogios, como se estes conformassem um tipo curioso de Bolsa Família, a Bolsa Escritor, esmola para agradar copistas que, talvez, preferissem receber sua parte na forma de papel-moeda.
Em épocas assim, o melhor que podemos fazer é nos dedicar à leitura dos melhores críticos, o que nos ajuda a estabelecer uma barreira de lucidez, um filtro capaz de separar a moda passageira daquelas produções que nunca morrerão, às quais a humanidade, de tempos em tempos, sempre retorna, sedenta de verdade, ciência e beleza.
É o caso de William Hazlitt, que tenho relido com imenso prazer, amigo de William Wordsworth e Samuel Taylor Coleridge, mas que não se furtou a criticá-los duramente quando considerou que abdicavam de seus princípios estéticos, aderindo ao fácil, ao senso comum.
Otto Maria Carpeaux considerava Hazlitt um dos três principais intérpretes românticos de Shakespeare, ao lado de August Wilhelm Schlegel e Coleridge. E os leitores de Harold Bloom certamente lembram das inúmeras referências que ele faz a esse crítico cujo valor se iguala ao de outro gênio, Samuel Johnson, do qual Hazlitt não gostava.
Esse inglês é um ironista formidável, cuja linguagem, refinada e sem afetação, nos prende desde a primeira linha. Jacques Barzun diz que Hazlitt só tem um desejo: “fazer-nos leitores tão bons quanto ele”. É a missão que todo verdadeiro crítico literário deveria impor a si mesmo; inclusive porque essa é a única tarefa – extremamente honrosa, essencial para a formação dos leitores e para a vida cultural do país – que lhe cabe. O resto são firulas que alimentam a jactanciosidade no presente, mas estão condenadas a, no futuro, serem completamente esquecidas.
novembro 20, 2009
Uma questão de coragem
O Brasil recebe, com honras de chefe de Estado, na próxima segunda-feira, o antissemita Mahmoud Ahmadinejad, fervoroso patrocinador do terrorismo muçulmano e presidente de um país no qual a religião está acima da política – ou seja, a fé cega é superior à liberdade.
Para comemorar mais essa genuflexão da diplomacia e do governo brasileiros, Reinaldo Azevedo publicou o post “Uma descompostura fabulosa no facinoroso”, no qual traduz, praticamente na íntegra, o discurso com que o reitor da Universidade de Columbia (EUA), Lee Bollinger, recepcionou Ahmadinejad, quando este, em 24 de setembro de 2007, falou num evento da Escola de Assuntos Públicos e Internacionais da instituição.
O post é longo, mas merece leitura atenta. O texto termina com a pergunta de Reinaldo, sobre quem, no Brasil, teria coragem de dizer essas verdades a Ahmadinejad.
De minha parte, prefiro fazer uma questão mais específica: quem, dentre os jornalistas e intelectuais brasileiros, teria coragem de divulgar esse discurso, de se contrapor às vozes oficiais do nosso Estado? Quem, neste país, ainda tem coragem para NÃO ficar de joelhos diante do governo? Dentre os raros que podem ser citados, sem dúvida está Reinaldo Azevedo.
Para comemorar mais essa genuflexão da diplomacia e do governo brasileiros, Reinaldo Azevedo publicou o post “Uma descompostura fabulosa no facinoroso”, no qual traduz, praticamente na íntegra, o discurso com que o reitor da Universidade de Columbia (EUA), Lee Bollinger, recepcionou Ahmadinejad, quando este, em 24 de setembro de 2007, falou num evento da Escola de Assuntos Públicos e Internacionais da instituição.
O post é longo, mas merece leitura atenta. O texto termina com a pergunta de Reinaldo, sobre quem, no Brasil, teria coragem de dizer essas verdades a Ahmadinejad.
De minha parte, prefiro fazer uma questão mais específica: quem, dentre os jornalistas e intelectuais brasileiros, teria coragem de divulgar esse discurso, de se contrapor às vozes oficiais do nosso Estado? Quem, neste país, ainda tem coragem para NÃO ficar de joelhos diante do governo? Dentre os raros que podem ser citados, sem dúvida está Reinaldo Azevedo.
novembro 19, 2009
Como Javier Marías vê o mundo hoje
Uma das grandes vozes da literatura contemporânea, Javier Marías fala dos governantes medíocres e descarados:
Veo el mundo muy decadente. Basta con mirar alrededor. Berlusconi, Sarkozy, los Kirchner, Chávez o la corrupción en España. Gente mediocre y desfachatada. Tengo la sensación de un envilecimiento general de las poblaciones. Ojalá no tenga nada que ver con lo que se produjo en los años treinta. Ahora hay una especie de pragmatismo, de falta de escándalo; una tendencia a darle importancia a lo que no lo tiene y a no dársela a lo que quizá sí.
Mas ele também fala sobre literatura, seu processo de criação e o livro que está escrevendo: na edição do El País de hoje.
Veo el mundo muy decadente. Basta con mirar alrededor. Berlusconi, Sarkozy, los Kirchner, Chávez o la corrupción en España. Gente mediocre y desfachatada. Tengo la sensación de un envilecimiento general de las poblaciones. Ojalá no tenga nada que ver con lo que se produjo en los años treinta. Ahora hay una especie de pragmatismo, de falta de escándalo; una tendencia a darle importancia a lo que no lo tiene y a no dársela a lo que quizá sí.
Mas ele também fala sobre literatura, seu processo de criação e o livro que está escrevendo: na edição do El País de hoje.
novembro 18, 2009
“Não podemos cair em utopias regressivas”
Em alguns casos, a distância do poder concede sabedoria ao político. Não que essa qualidade tenha faltado a Fernando Henrique Cardoso durante os seus oitos anos como presidente da República, mas agora, comparando aquele período ao atual, exercido por meio de um populismo desagregador, vemos bem a falta que nos faz um verdadeiro estadista.
Diante da entrevista que FHC concedeu ao jornal El País, traduzida no UOL Notícias, devo penitenciar-me dos inúmeros erros de avaliação que cometi, principalmente no início de seu primeiro governo, em 1995, quando, ainda militando no PT, eu apenas repetia os velhos chavões da esquerda e pautava-me mais pelo rancor típico dos esquerdistas do que pelo bom senso.
Leiam, por exemplo, o trecho abaixo. Vejam como FHC avalia a realidade de maneira correta e equilibrada:
El País: Onde estão os pensadores que têm de refletir em épocas de crise?
Cardoso: Em casa. E há necessidade de intelectuais com brio, gente que pense grande e dialogue com a sociedade. O que há são negativistas, têm o faro virado para trás. É preciso olhar para a frente, aceitar que a globalização está aí, que a Internet está aí, que há novas formas de produção, de comunicação. Não podemos cair em utopias regressivas [...].
Diante da entrevista que FHC concedeu ao jornal El País, traduzida no UOL Notícias, devo penitenciar-me dos inúmeros erros de avaliação que cometi, principalmente no início de seu primeiro governo, em 1995, quando, ainda militando no PT, eu apenas repetia os velhos chavões da esquerda e pautava-me mais pelo rancor típico dos esquerdistas do que pelo bom senso.
Leiam, por exemplo, o trecho abaixo. Vejam como FHC avalia a realidade de maneira correta e equilibrada:
El País: Onde estão os pensadores que têm de refletir em épocas de crise?
Cardoso: Em casa. E há necessidade de intelectuais com brio, gente que pense grande e dialogue com a sociedade. O que há são negativistas, têm o faro virado para trás. É preciso olhar para a frente, aceitar que a globalização está aí, que a Internet está aí, que há novas formas de produção, de comunicação. Não podemos cair em utopias regressivas [...].
novembro 17, 2009
A volta de Robert Nozick
Odiado pela esquerda e há muitos anos esgotado no Brasil, o clássico Anarquia, Estado e Utopia, de Robert Nozick, acaba de ganhar nova edição pela Edições 70, de Lisboa. Os interessados podem ler, na Revista Crítica, a introdução ao livro, escrita pelo professor João Cardoso Rosas, da Universidade do Minho.
Se Nozick despertar o interesse de vocês, recomendo vivamente a leitura do ensaio “Por que os intelectuais se opõem ao capitalismo?”, disponível no ótimo Ordem Livre.
Se Nozick despertar o interesse de vocês, recomendo vivamente a leitura do ensaio “Por que os intelectuais se opõem ao capitalismo?”, disponível no ótimo Ordem Livre.
novembro 15, 2009
A República que não existe
Na República dos meus sonhos há uma fórmula pétrea: 1 cidadão = 1 voto. Sem esse princípio básico, não há verdadeira democracia, mas apenas manipulação – exatamente o que fazem neste país por meio da chamada “proporcionalidade”, que concede, nas eleições ao legislativo federal, mais ou menos poder a este ou aquele cidadão, a depender do estado em que ele reside. Sílvio Romero estava certo:
“Aos que exerceram o monopólio de nos governar em nome do direito divino dos reis, sucederam os que exercem o mesmo monopólio em nome da esperteza, da audácia, da mentira, da corrupção. Contra esses é que é preciso bater, bater, bater, no intuito de desbravar o caminho dos tropeços que o entulham”. (In O Brasil dos meus sonhos.)
“Aos que exerceram o monopólio de nos governar em nome do direito divino dos reis, sucederam os que exercem o mesmo monopólio em nome da esperteza, da audácia, da mentira, da corrupção. Contra esses é que é preciso bater, bater, bater, no intuito de desbravar o caminho dos tropeços que o entulham”. (In O Brasil dos meus sonhos.)
novembro 13, 2009
Causas do apagão
Eu estava nas ruas de São Paulo quando ocorreu o blecaute – e não foi nada agradável a sensação de completa insegurança que experimentei e pude constatar em centenas de outras pessoas.
É fácil para o subperonismo lulista – a expressão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é perfeita em sua síntese – simplesmente dar o caso por encerrado, como se não lhe coubesse qualquer responsabilidade ou, no mínimo, uma palavra de desculpa pelo transtorno causado a milhares de pessoas.
Mas se você, caro leitor, fica se perguntando por qual motivo o insigne presidente não vem a público e faz mais um dos seus discursinhos demagógicos, repletos de linguajar grosseiro, sorrisos ensaiados e ironias fáceis, leia a primeira parte do texto de Malu Gaspar, chefe da sucursal da revista Exame no Rio de Janeiro. Muitas coisas começarão a ficar claras.
[E aqui, a segunda parte da criteriosa análise de Malu Gaspar.]
É fácil para o subperonismo lulista – a expressão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é perfeita em sua síntese – simplesmente dar o caso por encerrado, como se não lhe coubesse qualquer responsabilidade ou, no mínimo, uma palavra de desculpa pelo transtorno causado a milhares de pessoas.
Mas se você, caro leitor, fica se perguntando por qual motivo o insigne presidente não vem a público e faz mais um dos seus discursinhos demagógicos, repletos de linguajar grosseiro, sorrisos ensaiados e ironias fáceis, leia a primeira parte do texto de Malu Gaspar, chefe da sucursal da revista Exame no Rio de Janeiro. Muitas coisas começarão a ficar claras.
[E aqui, a segunda parte da criteriosa análise de Malu Gaspar.]
novembro 08, 2009
novembro 06, 2009
Sunt lacrimae rerum
“Há lágrimas nas coisas”, diz Virgílio na Eneida. Essa é a epígrafe de Os desaparecidos – A procura de 6 em 6 milhões de vítimas do Holocausto, de Daniel Mendelsohn, que analiso no Rascunho de novembro.
novembro 01, 2009
Em berço esplêndido
Segundo a PricewaterhouseCoopers, a América Latina é a região do mundo em que menos se adquire livros: do total de obras comercializado no mundo em 2008, apenas 4,14% das vendas ocorreram em nosso continente. Dessa fatia minúscula, 70% corresponde a gastos feitos no Brasil.
Os dados são desanimadores: o brasileiro gasta, por ano, a média de US$ 19 com livros. Na França, um cidadão despende, anualmente, US$ 144. Em Israel, US$ 139.
Para essa grave deficiência, não há discurso demagógico, PAC, Bolsa Família ou qualquer outro programa populista que mascare a realidade. Só elevados gastos em educação, durante várias décadas, podem mudar esses números. Ou seja: aguardemos deitados em berço esplêndido.
Os dados são desanimadores: o brasileiro gasta, por ano, a média de US$ 19 com livros. Na França, um cidadão despende, anualmente, US$ 144. Em Israel, US$ 139.
Para essa grave deficiência, não há discurso demagógico, PAC, Bolsa Família ou qualquer outro programa populista que mascare a realidade. Só elevados gastos em educação, durante várias décadas, podem mudar esses números. Ou seja: aguardemos deitados em berço esplêndido.