O anúncio da
morte de Kurtz, que Eliot utiliza como epígrafe do longo poema “The Hollow Men”
(“Os Homens Ocos”), proclama que, finalmente, o personagem emudeceu. Os que
leram O Coração das Trevas, de Joseph
Conrad, devem se lembrar da eloqüência de Kurtz, da forma como repetia os
possessivos, acreditando-se dono de tudo – ele, “sombra insaciável de
aparências esplendorosas e aterradoras realidades; sombra mais escura que as
sombras da noite e envolta nas dobras de uma deslumbrante eloqüência”,
conta-nos Marlow, o narrador.
Kurtz é um dos
homens ocos, um “elmo cheio de nada”, como escreve Eliot no início do poema:
Mas de que tipo de vazio
fala Eliot? Marlow nos conta qual o vazio de Kurtz: “Tanto o amor diabólico
quanto o ódio sobrenatural dos mistérios em que havia penetrado disputavam a
posse daquela alma saciada de emoções primitivas, ávida de glórias enganosas,
de falsas honrarias, de todas as aparências do sucesso e do poder”. Na verdade,
o vazio é apenas uma metáfora para definir a abundância das coisas inúteis, o
excesso de tudo que representa opulência, mas que transforma os homens em seres
“empalhados”.
É sempre muito válido este tipo de registro, Amal Scheleschthing
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