julho 28, 2012

Rémi Brague e os “rasgos monstruosos do laicismo”

O filósofo Rémi Brague, um dos ganhadores do Prêmio Ratzinger deste ano, fala, na entrevista abaixo, em espanhol, sobre a “tentação permanente que há no laicismo, a de se transformar numa religião secular e reivindicar uma outra forma de sagrado – sagrado que terá, então, rasgos monstruosos”. E completa: “Pensemos, por exemplo, nas religiões seculares do século XX; o nazismo, por exemplo, para o qual o sagrado não era Deus, mas a raça”. Brague também coloca os pingos nos is no que se refere à herança muçulmana para o Ocidente, citando, com ironia, o “mítico Al-Andalus” e a falsa tolerância religiosa ali existente. Além de criticar o “suicídio cultural da Europa” nos dias de hoje, Brague responde a Edward W. Said, refutando sua tese sobre a questão do chamado “orientalismo”. No fecho da entrevista, magnífico, o filósofo mostra como as raízes da democracia ocidental podem ser encontradas não na Grécia, mas, sim, na Idade Média.

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