“[…] A angústia
do homem da Idade Moderna, que é diferente da do homem medieval. Este também
sentia angústia, porque o senti-la é algo que pertence ao homem enquanto tal, e
o homem a sentirá sempre, ainda quando pareça que a ciência e a técnica podem
lhe dar uma segurança ainda maior. No entanto, a causa e o caráter da angústia
são diferentes em cada época. A angústia do homem medieval nascia, sem dúvida,
do peso da limitação cósmica frente ao ímpeto expansivo da alma, que encontrava
a calma nesse transcender constante a um mundo superior. A angústia da Idade
Moderna, ao contrário, procede, não em pequena medida, da consciência de não
ter nem um só ponto de apoio simbólico, nem refúgio que lhe ofereça seguridade
imediata; da experiência, renovada constantemente, de que o mundo não
proporciona ao homem um lugar de existência que satisfaça, de modo convincente,
as exigências do seu espírito.”
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