No Rascunho deste mês, meu ensaio sobre a paúra de narrar:
[...] parte da produção literária distanciou-se radicalmente do receptor da mensagem, do leitor, transformando-o em um ser incapacitado para decodificar o texto, condenando-o a ler sem entender, ou ler defrontando-se com dificuldades sobre dificuldades.
concordo plenamente com seu excelente texto. em uma reunião com uma editora, a gerente de marketing dizia que a obra tinha, tinha, não seria interessante, era obrigação. até induzir já era ruim, imagine impor. tinha q ter um herói, ela não falava em gran finale, acho que nem conhecia o termo, mas a explicação era o momento apoteótico. enfim... e outra pessoa dizia uma vez que proust tinha, novamente o tinha, que ser mais curto. engraçado a pretensão das pessoas achar que ela que sabe o que uma obra deve ou não ter. se ele prefere um proust mais enxuto, ele que escreva algo enxuto. beijos, pedrita
ResponderExcluirExtremamente pertinente esse teu artigo, Rodrigo. A inclinação solipsista, presente em todos nós e ainda mais aguçada quando nos deparamos, inadvertidamente, com a inextricabilidade da existência, tristemente tem levado a melhor, não só em termos de literatura. O espírito universalista e generoso de um Tolstói, de um Rilke, de um Gandhi, de um Cristo, onde andarão à essas alturas? É preciso resgatá-lo sem demora antes que a literatura/vida se percam para sempre. Abraços.
ResponderExcluirMeu caro Narval: dentre outras tarefas, devemos combater o relativismo ético e cultural.
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