abril 09, 2009

Terremoto em L'Aquila

Penso nos mortos do terremoto na Itália. Mas penso principalmente nos vivos, na herança de dor e saudade que terão de carregar, e no sentimento, sempre devastador, de que a vida é uma luta entre forças desproporcionais, onde, de um lado, está o homem – cheio de orgulho, mas frágil, patético –, caminhando tendo diante de si o fim iminente, e de outro o infortúnio, demorado ou abrupto, mas sempre inevitável.

Se viver exige um ato de coragem diário, o que será viver sustentando o ônus do fatídico – e, pior, o ônus de escapar da morte e, em troca, ser condenado a suportar o peso de todas as conseqüências provocadas pela fatalidade?

3 comentários:

  1. Rodrigo,

    tenho amigos e parentes na Itália. Quando ouvi a notícia pela primeira vez, o susto foi tão grande que me faltou o ar... sabendo que não fora na cidade da minha avó, folguei. Mas imediatamente me dei conta de quão egoísta era essa percepção.

    Fiquei e ainda estou com o coração na mão, é triste ver as imagens. Não aguento pensar em todo o ônus que lhes restou.

    Foi você que me recomendou via twitter o blog do Antônio Fernando Borges? Acho que posso estar te confundindo.

    Tem um e-mail para que possamos conversar?

    Vejo que recomenda o portal do Instituto Millenium e lê também alguns dos nossos colaboradores.

    Obrigada pela citação.

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  2. Querido Rodrigo, sabe de minha origem e sempre que aqui venho sinto vontade de comentar mas seus textos e reflexões andam muito elevadass pra este momento de mudança que atravesso. Este postado , porém, tenho coragem de comentar com um poema feito por um amigo italiano do Recife. Zelito é artista multímídia, incrível
    Vale a pena ler
    Abalos na Alma

    Aos que se foram minha maior reverência, Flores!

    Essas que nos jardins penetram nossa alma.

    A eles que se foram tudo.



    O terremoto abala a alma de todos os seres da bendita terra.

    Trepidações na Fortaleza Rocca Calascio,

    Nem seus mais de 500 anos de pedra são suficientes para não tremer.

    Temer terras tremulas.

    O sismo tem seu epicentro abaixo, Áquila acima

    Lá na superfície, suas mais belas histórias de amor

    Falcão e lobo que só se encontram no crepúsculo.



    Crepúsculo, claridade fraca indireta deste um grande abalo n’alma

    O tempo, a transição fazem um anoitecer diferente na bela Itália.


    --
    Zélito Passavante


    Saudades
    Beijos pra Mimi, gatos todos ekes bem?

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  3. Anita e Beatriz, não me canso de lembrar das palavras de John Donne: "a morte de qualquer homem me diminui, porque sou
    parte do gênero humano".

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